Lucio Fontana e a Arquitetura

Certo estava mesmo o químico francês Lavosier:“Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” A obra revolucionária de Lúcio Fontana é fonte de inspiração para arquitetos.

Lucio Fontana foi um pintor e escultor expressionista, filho de pais italianos nasceu em 1899 na cidade argentina de Rosario.

Desenvolveu com outros artistas o movimento de vanguarda artística italiana conhecido como Espacialista.

A principal contribuição do movimento foi o alargamento do entendimento da tela e da sua superfície enquanto campo de representação, superando a bidimensionalidade.

 

Fontana em suas séries da década de 60 perfurou buracos e fez rasgos em telas monocromáticas. Batizou sua arte como a da Era do Espaço.

Estas mesmas inusitadas fendas que transcenderam a bidimensionalidade dos quadros estão presentes hoje em dia em projetos arquitetônicos ousados que prestam homenagem à Fontana.

 

Descobri dois fantásticos exemplos – o primeiro está na Inglaterra, em Londres e chama-se 10 Hills Place. Desenvolvido pelo escritório Amanda Levete Architects, conta com janelas milimetricamente projetadas como verdadeiras fendas na parede do edifício. Percebas as fendas na foto aqui.

 

Confira mais fotos visitando esse link do projeto e o site do escritório.

http://www.amandalevetearchitects.com/

http://www.topboxdesign.com/10-hills-place-in-london-united-kingdom/

Saindo do Reino Unido para o Oriente, este que brilha azul é “Fontana” um projeto do Norisada Maeda Atelier em Numazu no Japão com inspiração óbvia nas obras do artista. Uma casa, com vários rasgos em sua estrutura por onde passam os raios de luz natural. Dentro de cada um desses espaços floresce um jardim interno, são sete pequenos jardins trazendo vida para dentro da moradia.

Confiram mais fotos visitando os links:

http://www.topboxdesign.com/fontana-by-n-maeda-atelier-japan/

http://www.flickr.com/photos/nmaedaatelier/sets/72157622506349507/with/4031596082/

Talvez não inspiradas em Fontana, fendas surpreendentes e minimalistas são vistas também no projeto da inconclusa Cidade da Musica do arquiteto francês Christian de Portzamparc.

Todavia a mais contemporânea das alusões à Fontana está na tela “Parede com incisões à La Fontana II”  feita em 2001 pela artista plástica Adriana Varejão ( curiosamente fiz um projeto para a casa de Adriana, que coincidência!).

Recentemente esta tela foi leiloada por R$ 2,975 milhões e se tornou a obra mais cara de um artista brasileiro vivo.

*Este texto foi inspirado num post super bacana que li no no blog da Consuelo Blocker, ela mostrou vários vestidos da alta costura usando fendas similares às telas rasgadas do Lúcio Fontana, daí extrapolei para a arquitetura.

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