Imagine um octógono, o polígono das pizzas, bem foi mais ou menos assim que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) pesquisou e dividiu a nossa população.
A família tradicional nuclear (pai, mãe e filhos) hoje corresponde a apenas 50% da população.
Os outros 50% são compostos por grupos distintos, como casais que estão em até seu terceiro casamento e trazem os filhos dos relacionamentos anteriores, casais gays e os singles-jovens e idosos que moram sozinhos. O estudo constata, assim, uma mudança de comportamento e a casa deve acompanhar essa transformação.
Estética do improviso
Passe a bola então para a estética da casa e como será a casa do futuro ? Será com uma formação mais honesta, assumindo a sua realidade.
Com isso, deixa-se de gastar muito dinheiro com revestimentos e passa-se a assumir a estrutura do imóvel. Aliás o novo queridinho das tendências passou a ser o “desconstrutivismo” (embora essa palavra não conste no dicionário da língua portuguesa), poderia ser entendido como a desmontagem ou demolição de uma estrutura construída, seja por razões estruturais ou como um ato subversivo. Muito além do significado literal da palavra, o fato é que a grande maioria das pessoas, inclusive os arquitetos, mal sabem o que é realmente o desconstrutivismo.
Efetivamente, desconstrutivismo não foi um estilo de arquitetura. Muitos menos pode ser considerado um movimento de vanguarda. Não possui um conjunto de “regras” específicas ou uma estética consensual e também não foi um movimento de revolta contra os paradigmas da arquitetura moderna. Desconstrutivismo poderia ser traduzido como uma provocação, uma incitação à explorar diferentes possibilidades e uma liberdade formal ilimitada.
Paredes descascadas e lajes de concreto ganham beleza e ajudam a investir em itens mais prazerosos, como peças de design, marcenaria sob medida e iluminação cênica.
Outra tendência forte é a flexibilidade dos ambientes. Um mesmo espaço deve servir para receber os amigos, organizar uma festa, namorar, ajudar o filho nas lições da escola, cozinhar, trabalhar etc. Um bom exemplo é o sucesso das cozinhas integradas à sala, um sintoma claro de que a setorização das áreas social e de serviço está com os dias contados, é aquele papo do post da semana passada de tudo junto e misturado.
Situação semelhante acontece com o banheiro. 0 espaço lucrou em conforto, munido de televisão, banheira de cromoterapia, o ofurô e outros deleites para o culto do corpo e da mente.
Com status de sala de banho, que se une ao quarto por portas de correr, possibilitando que o casal coloque em dia os assuntos, mesmo estando em ambientes separados.
Hoje, muita gente trabalha em casa. Como fazer para que a atividade profissional não interfira na vida particular?
Apostar em painéis móveis, que vedem as áreas intimas quando for preciso, e em móveis com rodízios, que circulam pelo espaço conforme necessidades, são soluções modernas e inteligentes.
O que muda na decoração?
O futuro do design tem como bandeira a célebre frase do arquiteto Mies van der Rohe: “Menos é mais”. As marcenarias ficam menos rebuscadas, usam pouca madeira e priorizam traços simples, com cortes mais ortogonais. Por sinal, os cortes a laser começam a despontar como uma forte tendência. A técnica permite criar superfícies e desenhos especiais, personalizando o mobiliário.
Peças feitas com materiais de descarte, como caixotes e restos de pedra, também tendem a ser cada vez mais valorizadas.
Materiais fáceis de limpar serão os mais procurados, assim como os translúcidos, que deixam passar a luz natural, mas preservam a privacidade.
Entre esses últimos, já são bem cotados o voal, o vidro jateado, o acrílico e o policarbonato. Sem contar com o descaramento das tubulações hidráulicas e elétricas todas aparentes.
Depois com mais calma, você pensa sobre o que fazer com tudo isso. Tenha em mente que se você se sentir meia perdida euzinha estou aqui mega disposta para desfazer os novelos e duvidas de decoração da sua casinha.